lundi 8 décembre 2008

bla bla bla

Enfim, Marcelo... estou aqui, escrevendo mais um e-mail que, julgo fortemente, não terá resposta tua, como foi o caso dos... uhnm... 4 últimos. Desconfio que andam mandando meus e-mails pra algum ponto da via Láctea, distante da tua conta de e-mail... pois não creio que tua falta de tato seja tamanha em não me responder, nenhum, até agora.
Logo, não estou aqui me humilhando, me reintegro: estou aqui por ainda acreditar que tu não virou um pau no cu. E olha, talvez, pelo que vejo, eu seja um dos poucos desse time. Eu ainda acredito em você, Marcelo, e talvez esse seja, meu maior defeito: ser otimista demais, mesmo perante os fatos esfregados na minha cara. Eu ainda acredito que aí, em algum canto remoto e esquecido, embriagado talvez pelos uísques importados, ainda reste aquele Marcelo que julguei existir numa remota época, aquele que me respondia e me escrevia, aquele que se importava. Não, isso não é uma crise de carência - é uma lástima em ver que mais um cara que poderia dar frutos, tá acabando por bichar outras promessas. O que foi, Marcelo? Foi o Gessinger que nem lembra mais de ti? Foram as palestras e os troféus? Ou o assédio constante das mineiras gordas e idiotas que tu tanto adorava odiar? Onde começou esse cataclisma? Ah, deixe-me prever o futuro: numa possível admissão e constrangimento perante essa missiva, tu vais me responder dizendo que mudou o e-mail, que é fim de ano e que as compras urgem, ou que “coisas mais importantes” tomaram tua atenção. Esse é outro ponto Marcelo... coisas mais importantes... qual a droga da tua escala de valores? Tu deverias dependurar ela no jornal, pros babacas que ainda têm esperança em você, como eu, não ficarem tecendo hipóteses, procurando o velho Marcelo que antes estava disposto a me reaceitar como colunista, o velho Marcelo que eu jurei que ao menos ia me ligar, fora negócios, mas ao menos me ligar pra saber se eu não tinha acaso entrado EM COMA ou MORRIDO naquela época que fiquei sem escrever pro teu jornal, numa depressão bem forte, que angariou na minha anorexia... however. Mas não: teu senso humanitário deve ter desviado o foco pros cifrões, ou pro espelho. Talvez pro pênis, quem sabe.
Bom, retomando como um papagaio os assuntos, eu ainda quero saber se você está [se sentindo] bem, pois talvez, você tenha entrado em coma, ou morrido, ou estar em depressão... mas acho que não, tens aí, ao contrário de mim, um monte de idiota que fica te paparicando por causa do dinheiro e contatos que tu gera, agora que tá ficando importante e bom burguês cultural. Tô revoltado sim contigo, revoltado por esse e diversos outros motivos teus, não com o que tu escreve, isso é irrelevante: tô passado com teu lado HUMANO que tá se perdendo. E você não tá vendo, se tá, não tá ligando, porque tão te pagando bem pra isso. 

Essa é a verdade - engula ela com seu uísque importado.

Ainda quero saber se tu quer que eu seja colunista do jornal ano que vem, ou não, mas pelo menos DIGA ALGO, pois eu não quero ser mais um babaquinha a ficar implorando tua atenção, pois não preciso disso - o intuito dessa missiva é mais desabafar minha visão sobre ti do que mendigar qualquer coisa pra você. eu não preciso de você - você precisa de mim, de gente como eu, de escritores que escrevam pra ti de graça e que ainda por cima PAGUEM a assinatura para poder ler os próprios textos... bah, na boa, acho isso de última - pelo menos uma assinatura do jornal tu poderia fornecer aos colunistas, mas nem isso. Bem, vou me limitar aos fatos e à minha fé ainda pequena em você - deixemos os juízos de valores pessoais pra mais tarde (pra não te chamar de carcamano).
Aguardo um remoto retorno sincero, e não correndo entre uma boceta e um anunciante, se é que isso ainda é possível da tua parte.

Grato pela atenção. Pena não poder pagar por ela...

.

1 commentaire:

[ AritAnna-Varney ] a dit…

Eu li isso assim que você postou, Fil. Talvez o amargor tenha tampado tua memória.