samedi 3 janvier 2009

I.ª 0

Toda crença acerca de tradições religiosas é desmedida e infundada. Não tem o porquê de ser, pois a existência não reconhece o que é wicca, nem o que é tradição, nem nada que venha do verbo. Tomemos como exemplo a recente ondinha da assim chamada wicca (“bruxaria”) ao longo desse pequeno ensaio, bem como curtas análises sobre o cristianismo.

Não há o que discutir. O ser realmente acordado nem discute isso, a não ser para esclarecer, não pra ganhar em argumentos ou mostrar que sabe mais que outros. Muitos argumentam que a wicca é um sistema fraco. Porém, isso só depende dos intuitos de cada um. A wicca é ótima para vislumbrar certas noções da trama existencial, por ter linguagens e analogias de fácil compreensão. Já o sistema ser fraco ou forte depende da situação. O bambu é fraco, mas não tomba na tempestade, como o forte carvalho. Não há fraco ou forte. O que há é a nossa mente que divide, compara e qualifica as coisas como piores ou melhores.

Quanto a Jesus e toda mitologia tradicionalista que o envolveu depois da sua morte, podemos dizer o seguinte: Jesus, na verdade, foi negado e contrariado no seu presente. Portanto,o cristianismo e seus desdobramentos, quaisquer que sejam, não provêm de Jesus o Cristo, mas do que fizeram com a sua imagem e com o que escreveram sobre ele. Aliás, a bíblia é puramente ideológica, pois nega vários evangelhos, como o de Madalena e o de Tomé, que não foram inseridos na versão oficial By Vaticano... Porém, pra quem ter olhos de ver, ela é um pomar roquíssimo. Jesus foi um grande homem, sem doutrinas, sem mandamentos. Ele tem a mesma essência de um Buda. Ambos foram usados para lucrar e ter-se poder em cima da imagem deles. Distorceram e tomaram a imagem e a mensagem deles para obter “poder”. Foi assim com Marx e com Darwin também...


A wicca é uma maleta de ferramentas, de vetores. Toda doutrina é: a cabala é, a wicca é, o catolicismo é. Mas tudo, senhores, cai no sistema. Todos são úteis, mas somente até certo ponto. Ser FORA do sistema, fora do medíocre e do mundano, fora da roda da vida, isso sim é estar realmente desperto, são as conseqüências do despertar. Nesse estado joga-se todas as doutrinas e todas as respostas prontas no lixo, e pela primeira vez respira-se o ar da plenitude e da liberdade. No entanto, ferramentas facilitam, mas vejam: elas são um meio, não o fim. Todo fim é uma ilusão, somos nós que ditamos os fins. A existência não tem fim - todo fim é um recomeço.

O grande problema da wicca, e de todas as outras doutrinas, é a auto ilusão que elas acabam causando. Toda doutrina da wicca baseia-se na tradição, em manter as tradições da sua doutrina. Se analisarmos, facilmente perceberemos que essa é a mesma linha de raciocínio de todas as outras crenças. Toda crença, todo “ismo”, não passam de caminhos ilusórios. Não importa o símbolo, não importa o tipo de poder, se é poder mágico, financeiro ou monetário - você estará caindo na mesma armadilha. Se você deseja poder, é porque deseja algo, se deseja algo é porque nega o seu presente e quer alguma coisa, egoisticamente. E se assim é, você nega a existência, nega o que acontece à sua volta. Desejar é negar o que lhe cerca, e o que lhe cerca é o PRESENTE que lhe é dado. Não é à toa que é chamado “presente”.

E nada pode ser descoberto quando se vive em tradições. O Sol nasce fresco a cada dia, a cada dia a vida renasce e morre. Manter-se em tradições é reverenciar uma realidade passada, é venerar um cadáver, é negar a existência - porém de uma forma mais sutil. É experienciar através das experiências dos outros.O passado é somente a base do presente. O passado é importante, e belo, mas vive somente na nossa memória, assim como a própria noção de futuro e a própria esperança vivem somente na nossas mentes.

Tenhamos o passado como exemplo e como base, mas sem o repetir. Não sejamos anacrônicos. Devemos aprender com ele e o transcender. Assimilar o que ele tem pra oferecer, e buscar aprender com o que está na nossa volta, buscar florescer. Buscar CRIAR. Repetir coisas até um macaco consegue, não há grande mérito nisso. Se assim é, os macacos também podem obter poder. Já ser criativo, criar, é a maior benção que existe. Imaginem se Da Vinci pensasse que o poder vem da tradição... a tradição é a potência do poder, mas o conquistar vêm com a criatividade.

Viver somente em tradições é como ser católico - não há ideologia mais crivada de tradições do que o catolicismo. Sim, eles têm poder, mas qual? O ser humano em si já tem o poder intrínseco de perceber a si mesmo, de perceber que faz parte de um poder, o único poder, o do perceber o presente e de viver consciente. O ser humano já é inerentemente rico. Quem não busca poderes é o ser mais consciente e perceptivo de todos, pois a parte não pode conter o todo, é tolice procurar poder: "os últimos são os primeiros". Há noções coletivas do que é ter poder, mas todas as noções de poder são ilusórias, se vão conosco quando nossa matéria volta pra Mãe Terra.

O desperto de fato busca perceber, não poder. Precisamos primeiro perceber, para então poder alguma coisa. Precisamos aprender a observar, a analisar, somente isso trará, aos poucos, a verdadeira liberdade. Se você não perceber onde é a porta, podem acabar fazendo você atravessar uma parede. A parede é o caminho! A parede salva!

Sair disso é tão simples e prático quanto girar uma maçaneta e abrir a porta. Mas derrubar a parede, passar por ela, é algo mais complexo – podem aplaudir você pelo grande esforço! Sim, você ganhará medalhas e méritos por ele – um esforço inútil, desfocado, empírico, repetitivo. Baseie-se no mínimo esforço- procure primeiro o reino de “Deus”, e então as demais coisas vos serão acrescentadas. Há coisas básicas – baseie se na segurança do básico.

Depois que você abrir as portas dos olhos, uma nova visão do mundo cairá sobre você. Surgirá uma inteligência nata, reacionária, que responde diretamente, sem memória, sem dogmas ou estigmas mentais, de forma fácil e preguiçosa. Subitamente, o relaxamento virá.

Aum!

2 commentaires:

Anonyme a dit…

¬¬

Anonyme a dit…

"O Anônimo perde por excelência"
- Schopenhauer.