dimanche 9 août 2009

Sonho de um jovem moço velho


E depois de tudo, descobri algo:
que quero viver só, mas não gosto do lado penoso disso.
Então, me pus a indagar: como seria?

Então, esses tempos descobri o que realmente sonho pra minha vida: tudo o que eu sempre quis, na verdade, era morar só com uma velha carola de empregada. Óbvio!

Então seria assim: ela nao precisaria vir muito na minha kitnet, só as vezes. Encontraria, por certo, eu escrevendo, descabelado, ouvindo música dita fúnebre (clássica), descabelado e fumando maconha. eu e meus 483 livros que nem leio mais, meia luz e o mundo la fora nao existe. Inclusive eu gostaria que ela fosse daquelas evangélicas bem abitoladas, com sapatinhos, saias longas, coques e tudo, daquelas que acham tudo coisa do demônio, tipo TV ligada e ouvir aquelas músicas. Eu iria dar umas boas risadas com isso tudo, ia viajar na velha, apavorada fazendo o serviço. Ela só precisaria ir lá e fazer as coisas e a comida,
e pegar o dinheiro e deu, e ir lá falar mal de mim no congresso das carolas evangelicas mal-comidas da cidade.

Mas nao dá pra sonhar com isso: pra manter uma velha carola de empregada numa kit net com alguns móveis e comida e internet com um bom pc, ja dá um belo orçamento no final do mês.

Que espécie de mundo é esse, onde não se pode
nem morar só com uma carola evangélica?
Imagine sonhar de verdade então...E você Cyntia, fará aniversário amanhã de manha e nem me ouve. Você simplesmente me deixou, como  algo podre. eu precisava disso, pra crescer mais por dentro, ficar mais forte, porém, voce era o própio tesouro que eu temia perder, e espasmado, vejo o quanto meu porto seguro virou meu algoz, e o quanto isso foi mais sofrivel vendo o quanto eu fiquei iludido e quantos ais  teci em cima das tuas fotos e  palavras e atos. Todos tão lindos, mas tudo tão invisivelmente alquebrados com uma carência de auto estima, de algum eco. você nem me ouve mais na sua busca pela felicidade da mulher dos dias de hoje, da mulher fátima bernardes que voce quer ser. Hoje estou só numa cabana, sem quase nada, a nao ser meus principios e certezas mais profundas, das quais você nunca terá acesso enquanto for o que for. Mas eu respeito você, foi a partir da ilusão que eu renasci completamente, a  mais cabal e certeira. Eu depositei todo meu ser em voce, e voce entao, acabou comigo.Só assim meu verdadeiro eu pôde ter surgido, depois de eu ter descido ao mais profundo inferno, no qual voce talvez nem tenha feito nada de mais, mas sim a ilusão que criei em voce, por escolha própria - você foi um dos meus mestres secretos nessa incrivel jornada. espero que tenhas longos anos de vida, e que venha a mergulhar de cabeça na verdade em alguma nova encarnação. Até lá, eu luto conta minha ilusão de você, pra nao morrer querendo reatar o que ja foi perdido e sempre será... você.Porque eu não quero voltar pra essa merda, quero morrer grato por tudo, e que ja basta, sorrindo.Porque eu sou a droga do eremita, seus cuzões:
Vocês morrem de stress, gula e pressa:
eu, velho e sem os dentes
rindo de voces todos.

1 commentaire:

Anonyme a dit…

Agora imagine que eu sou uma velha carola. Com meus sapatinhos e a saia longa, abaixo dos joelhos. O coque no alto da cabeça, não muito alto, para não conferir sensualidade. Evangélica até os ossos. Indo visitar a sua fumaça de vez em quando. Para te ver à meia luz, todo descabelado, desenhando quaisquer palavras numa folha amarelada de papel, como se decifrasse uma carta enigmática ao contrário. Meus olhos muito arregalados para a pinta das suas costas (um sinal? Do fim dos tempos talvez?), e você de costas pra mim, rindo como se me visse e eu me assustava mais. Eu fazia as coisas e a comida. Saía assombrada indo direto falar mal de você no congresso das carolas mal-comidas da cidade. Mas depois voltava. A princípio pelo dinheiro. Depois… que espécie de mundo é esse, onde não se pode nem morar só com uma carola evangélica? (Já não havia dinheiro como é de se supor). Então comecei a sonhar de verdade. E vinha, talvez, por me ter viciado na tua fumaça, ou, mais provavelmente, no teu riso de escárnio, ou… no teu cheiro. Vinha para ver o teu sinal. Queria ler em tuas costas o fim dos meus tempos. O fim dos maus tempos. (Puro Braille). O coque já no alto da cabeça. As saias longas arrastando no chão, mas não acima dos joelhos. Eu já não evangélica. Eu já não corola. Mulher até o tutano. Dentro das paredes: confissuras. E as paredes com fissuras, explodindo qualquer coisa de mágica. Você se tornando a minha surrealidade (sul-realidade!). No fim, a boca cheia de dentes roendo as minhas ilusões. E no meio das minhas ilusões, nossas bocas juntas.


B.